sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O bom e barato funciona?

Gazeta Press
Funciona, pelo menos em minha opinião.

São diversos os relatos de pessoas que dizem ter visto, na várzea, grandes jogadores com possibilidade de se tornar profissional. Isso não é mentira alguma, eu mesmo vi.

Recentemente, participei de um festival de futebol juntamente com alguns profissionais. Estávamos sentados no banco de reservas e o Dodô, aquele mesmo, o artilheiro dos gols bonitos, ressaltou que tinha uns cinco ou seis jogadores no campo com capacidade para se profissionalizar.

Fiquei pensando sobre isso. No futebol, é comum o relato de que a sorte ou uma boa indicação chegam a ser mais importantes do que o próprio talento. No entanto, depois de tanto pensar estabeleci uma tese. Não é o fato do jogador ter tido sorte ou talento, o problema está naquele que está olhando e buscando os talentos.

Os clubes profissionais não são profissionais. Raramente são colocados especialistas para analisar e garimpar bons talentos. Hoje a negociata fala mais alto. Vários empresários com bom trânsito realizam a maioria das contratações. Existem muitos exemplos em diversas equipes, haja vista Carlos Leite no Corinthians e Eduardo Uram no São Paulo. Geralmente, quando o clube se interessa por um jogador ele tem que levar outro, com menos expressão, para conseguir o que queria, ambos os atletas são do mesmo empresário e ele precisa desenvolver a carreira dos deles. Não digo que isso seja errado, mas é como funciona.

A fórmula do "bom e barato" é antiga, mas teve maior conotação no Palmeiras durante a administração Mustafá. O time seguiu essa política e foi rebaixado em 2002. Os torcedores tem até aversão ao ouvir falar do "bom e barato". Mas não é isso que o São Paulo, tricampeão brasileiro, fez por tanto tempo? O time do Corinthians, formado com os ditos "refugos" de outros clubes (Cássio, Alessandro, Fábio Santos e outros), não se sagrou campeão Mundial?

Se hoje a economia permite que os times gastem um mundaréu de dinheiro em contratações, em outros tempos não foi assim. O olheiro, profissão das mais importantes do futebol, está extinto. Aqueles times que tem um entendedor, tem ouro.

O bom e barato existe, é possível. Basta aplicação e interesse em procurar.

A superioridade econômica do Brasil permite que contratemos qualquer jogador da América do Sul. Existem vários. O Barcos foi um risco? Quem o acompanhava sabe que não. Mas para entender a falta de profissionalismo, sobre a contratação Frizzo disse que o Palmeiras não era marina para ter barco.

Lembram do Carrossel Caipira (foto)? Ainda há muitos jogadores para descobrir nos clubes interioranos, afinal, eles são formadores e nunca deixaram de produzir a matéria prima. Apenas os grandes clubes deixaram de enxergar.

Por fim, onde estão os olheiros? Onde estão os amantes do futebol para encontrar os bons jogadores? Onde está o profissionalismo?

Talvez um dia iremos entender o motivo de saírem, anualmente, mais de mil jogadores para o exterior. Aí, depois nos assustamos com Hulk, David Luiz e outros atletas que puxamos na memória mas aceitamos nunca conhecemos. Os europeus, profissionais, sabem tudo sobre o atleta que lhes desperta o interesse, garimpam nossos jogadores tão bem como nunca fizemos.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O mundo é alvinegro

André Chaco/Arena

O mundo, no dia de ontem, se tornou alvinegro. Isso é um fato, não é porque eu queira ou você queira, mas porque assim foi.

Contradizendo todos os prognósticos, inclusive a afirmação do astronauta que um dia dissera que a Terra era azul, o Corinthians desbancou o favorito e se sagrou campeão.

O jogo, em minha visão, foi parelho. Até verifiquei uma ligeira vantagem do Corinthians. Alguns podem dizer que não, já que Cássio foi eleito o melhor da partida e o melhor do torneio. Sim, ele foi. No entanto, o Corinthians também teve muitas chances, apenas as mandou para fora e o Chelsea acertou no gol, embora tenha parado todas as vezes em Cássio.

Aliás, a atuação do arqueiro foi magistral. Para quem durante cinco anos fizera menos de 30 jogos no PSV, até que ele está muito bem.

O peruano Guerrero também foi devisivo, jogando como um verdadeiro pivô era o jogador do desafogo. Além disso, marcou os dois gols que decretaram o título.

Outros dois jogadores que mereçam destaque: Danilo e Jorge Henrique O meia é mesmo cerebral, troca passes com mestria e consegue acelerar e desacelerar o jogo no momento certo. O atacante mostrou que marca como poucos defensores, sua importância tática é grande, isso serve para calar aqueles que não acreditam que a tática seja importante no futebol.

O técnico Tite começa a figurar como o maior técnico da história do clube. Os números mostram isso e contra os números, talvez, não haja argumentos.

Observando alguns comportamentos aproveitáveis nas redes sociais (menos de 0,05%), eu vejo que a vitória foi simbólica não só para os torcedores do Corinthians. Alguns sentem que a conquista é um resgate da imagem do futebol brasileiro ante o futebol europeu. Além disso, dá mostras de que um time que realmente chegou ao fundo do poço, há alguns anos, pode sair dele e atingir o topo do mundo, se administrado corretamente.

A festa foi grande, mas não completa. O time chegará amanhã para a celebração oficial acontecer. E agora...bem, agora acho que não falta mais nada, o mundo já pode acabar, pelo menos para os Corinthianos.

sábado, 15 de dezembro de 2012

A guerra tática da final do Mundial

O Mundial será decidido amanhã.

Diferentemente do que a maioria pensa, o time do Corinthians, campeão da Libertadores, era sim semelhante ao time do Chelsea, campeão da Champions League.

Agora não mais. O Chelsea mudou sua estrutura e forma de jogar, talvez por isso esteja pagando o preço de ser eliminado na primeira fase da Champions League e não esteja bem colocado no campeonato inglês.

O Corinthians não é o mesmo porque perdeu Castán. O zagueiro Paulo André, que o substitui, não tem o mesmo nível. Além disso, Tite testou formações e ainda não encontrou a definitiva, tanto que mudará para a final.

Falemos do jogo.

Plano tático desenhado por mim no software TacticalPad

Tite já anunciou a saída de Douglas para a entrada de Jorge Henrique. A alteração tem muito mais a ver com marcação do que com velocidade. A função de Jorge Henrique será acompanhar Ashley Cole que sobe ao ataque muito mais do que Ivanovic.

Danilo será o responsável por fazer a bola girar no meio campo, função semelhante a de Oscar no Chelsea (não se sabe se o meia jogará, é possível que comece a partida no banco). No entanto, o veterano cairá pela esquerda para ajudar na defesa, pois o faz melhor que Émerson.

Aliás, Émerson é esperança para alguns por ser um jogador de decisão. A troca de posicionamento com Danilo pode ser proveitosa já que o zagueiro David Luiz, como um líbero, realiza a transição da bola entre defesa e meio campo e defesa e ataque.

Os laterais corinthianos não subirão ao ataque. Os meias-atacantes Mata e Hazard estarão sempre atuando em suas costas. Aliás, a função dos jogadores dos Blues é municiar Fernando Torres e juntamente com ele concluir as jogadas de ataque do time.

Eis a função mais importante do jogo e onde Tite e Benítez acreditam na vitória. Os dois volantes da Seleção Nacional, Paulinho e Ramirez são as peças mais importantes da guerra tática dos treinadores. Habituados a subir ao ataque e marcar gols decisivos, os dois carregarão, durante a partida, o temor de subir e deixar espaço livre para o outro. Entre os dois, o que atingir a plenitude no balanço entre marcação e apoio ao ataque poderá decretar a vitória para sua equipe.

Amigos, o meio de campo é o local onde a vitória estará. Quem o dominar ficará mais próximo do título. Apenas a marcação não será definitiva para a conquista. 

Não importa que, segundo algumas consultorias, o valor de Mata e Hazard valha todo o time do Corinthians.

O futebol é jogado e é também o esporte onde a justiça não prevalece e o dinheiro nem sempre fala mais alto.

Não esperem o mesmo que o ano passado. O Corinthians não é o Santos, não toma muitos gols mas também não tem poderio ofensivo e nem marca tantos tentos como o rival. O Chelsea não é o Barcelona, embora tenha eliminado a equipe catalã quando se sagrou campeão da Champions.

Palpite? Não tenho e não farei nenhum. Digo somente que será uma partida diferente.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Acabou a paz no Internacional

Jefferson Bernardes/Preview.com

O Colorado apresentou, na última quarta- feira (12/12), o técnico Dunga.

Desde a saída da Seleção o técnico esteve desempregado, por sua própria opção, apenas cuidando de seu pai.

A contratação tem como finalidade dar um “choque” na equipe de maior folha salarial do país. Os resultados, ou a falta deles, vitimaram Dorival Júnior e Fernandão neste ano. A décima colocação da equipe no Campeonato Brasileiro ficou longe das pretensões e irritou não só a diretoria como a torcida.

Dunga assinou por um ano e amparado por Giovanni Luigi, presidente do Inter, terá carta branca para enquadrar e até dispensar quem não se aplicar. O time tem jogadores já satisfeitos com a carreira e de difícil trato como D’Alessando, Forlán, Kleber, Guiñazu e outros.

A difícil vida de dirigir o time em que é ídolo será posta à prova com Dunga. O Inter já conseguiu diminuir a idolatria de Falcão e Fernandão. No entanto, Dunga parece vacinado, seu único trabalho é digno de elogios para alguns. Com a Seleção Brasileira ele obteve um aproveitamento de aproximadamente 78%.

Apenas uma coisa é certa, conhecendo a personalidade do Dunga, o Internacional não será ridicularizado em seu próprio domínio como tantas vezes fora neste Brasileirão.

Acabou a paz para alguns jogadores, exatamente como a torcida e a diretoria queriam. 

[NOTA: Texto escrito para a coluna publicada na Gazeta de Santo Amaro em 14/12/2012]

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quarta-feira decisiva

A quarta-feira promete ser decisiva tanto para tricolores quanto para alvinegros.

Os torcedores poderão acordar na qiunta-feira contentes (vitória de seu time e vitória do rival), estupefatos (vitória de seu time e derrota do rival) ou arruinados (derrota de seu time independente do placar do rival).
 

 
Amanhã cedo acontece a semifinal do Mundial, onde Corinthians é favorito. E assim é considerado porque tem um time mais competitivo.

Além disso, o Sanfrecce Hiroshima, eliminado pelo pelo Al-Ahly, era melhor. Todos dizem que não, mas foi o que eu enxerguei da partida.

O jogo vai apresentar motivações distintas, os egípcios jogarão pelos mortos na tragédia Port Said e os brasileiros jogarão pelos dez mil alvinegros que estarão in loco.

Posso dizer que os times se parecem na disposição tática do jogo. Tecnicamente o time brasileiro é melhor e carrega consigo a obrigação de vencer.

A formação escolhida por Tite jogou apenas 16 minutos no último majestoso, Guerreiro se contundiu e saiu. No entanto, a defesa do Al-Ahly é fraca, haja vista a fumaça que os japoneses causaram. Isso pode ser favorável ao ainda desentrosado Corinthians.

Acredito em uma vitória do Corinthians por 2x0. Assim o time aguardará a disputa do dia seguinte entre os mexicanos do Monterrey e os ingleses do Chelsea.



No mesmo dia, horas mais tarde, vamos conhecer o campeão da Sul-Americana.

O São Paulo é franco favorito não apenas por jogar em casa, mas muito pelo que o adversário apresentou.

A escolha de Willian José para substituir Luís Fabiano será um teste de fogo. A torcida não morre de amores pelo jovem que deverá se despedir da equipe. Antes que eu me esqueça, eu escalaria Ademílson.

A partida terá a mesma cara da anterior. Os argentinos, conscientes de que não tem técnica o suficiente, apelarão para a catimba. Os brasileiros terão que se manter na linha.

O São Paulo terá que ser paciente, para isso ele terá 60 mil espectadores que devem dar esse apoio e não apressar a equipe.

Creio em vitória do São Paulo, inclusive com relativa folga por 3x1. Até porque, a equipe brasileira é acostumada a torneios internacionais e o Tigre ainda não tem fama sequer na Argentina.

A canonização do Santo


Para quem imaginava um final de ano modorrento como fora o término do Campeonato Nacional se enganou.

O trio de ferro ainda têm compromissos pendentes e de relativa importância, ainda que não na mesma proporção. O Corinthians disputa o Mundial, o São Paulo decide a Sul-Americana e o Palmeiras vê um dos seus maiores ídolos se aposentar.

O confronto entre o Palmeiras campeão da Libertadores de 1999 e a Seleção Brasileira campeã mundial de 2002 é irrelevante frente ao real interesse da partida.

Falemos de Marcos, não falemos de defesas ou falhas. Até porque, assim como vocês, acompanhei a carreira dele e, consequentemente, cada um tem uma defesa favorita.

Marcos foi um boleiro, não foi atleta, pois nem ele mesmo considerava que fosse. Errou e acertou por diversas vezes, no campo e fora dele. Viveu intensamente o que o futebol lhe proporcionou. Às vezes, tão intensamente que se machucava. E como se machucou. Para um goleiro, seu número de lesões é um absurdo. Mas, como todo brasileiro ele se manteve firme até onde conseguiu. E o fim chegou.

O ocaso de sua carreira contribui para o término de uma geração para qual o futebol ainda era unanimidade.

O jogador que sempre falou mais do que deveria e rendeu sempre grandes entrevistas e matérias já adiantou que irá desaparecer da mídia. Com tudo isso, o futebol e a imprensa ficarão órfãos.

Afirmo que Marcos foi o melhor goleiro que vi atuar. Para os palmeirenses nem precisa perguntar.

Por fim, e diferentemente do usual, vai ser a primeira vez que vejo um Santo ser canonizado ainda com vida. Será esta noite, no velho Pacaembú.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A seleção do campeonato

Após o termino do campeonato, são diversas as premiações dos melhores jogadores.

Duas são consideradas as principais: a festa horrível que é proporcionada pela CBF e a da Placar que entrega as tradicionais bolas de prata e de ouro.

A CBF, para atrair a atenção da mídia e dar uma importância à festa, entregou a taça somente na festividade. Considero uma piada, a taça tem que ser entregue no campo como foi feito este ano com o Fluminense e não como nos últimos anos com os outros campeões.

As seleções das premiações sempre apresentam uma distinção, nesse caso farei a minha com o que observei por todo o campeonato.




Diego Cavalieri (Fluminense) - Por diversas vezes salvou o Fluminense. A equipe consegue outro título mesmo sem ter uma defesa ótima. Em todo caso, agora contava com um goleiro de classe.

Marcos Rocha (Atlético-MG) - Mostrou no ano passado, enquanto o América-MG teimava em não cair, que tinha qualidade. Esse ano foi apenas a confirmação. Foi o responsável por 108 desarmes na competição.

Werley (Grêmio) - Uma grata surpresa que era do Atlético-MG e foi envolvido na negociação de Vítor. Foi expulso uma vez na competição.

Réver (Atlético-MG) - O líder da defesa mineira. São muitos os treinadores que o levam para a Seleção. Teve uma média de, apenas, 0,7 falta por jogo.

Fabrício (Internacional) - Conseguiu ganhar a posição e colocar o selecionável Kléber no banco. Despertou o interesse de outras equipes. Foi um dos que mais cruzou no campeonato, média de 5,2 por partida.

Jean (Fluminense) - Deu a volta por cima após sair do São Paulo. Mostrou seu valor e regularidade. Disputou 35 dos 38 jogos do campeonato.

Paulinho (Corinthians) - Mesmo sem ter tanta gana no campeonato, o jogador manteve as boas atuações. Realizou 10,3 desarmes em cada jogo.

Bernard (Atlético-MG) - A revelação. Meia rápido e habilidoso que foi a figura da galo na competição. Marcou 11 valiosos gols para sua equipe.

Ronaldinho (Atlético-MG) - Mostrou que como seu xará, o Fenômeno, pode dar a volta por cima. Foi o Rei de assistências do campeonato com 13.

Fred (Fluminense) - A cada vez garante sua posição de ídolo para o clube das Laranjeiras e foi o goleador da competição com 20 tentos.

Neymar (Santos) - Apesar de pouco jogar, o atacante barbarizou como de costume. Marcou 14 gols em 17 jogos, sendo que vários deles foram pinturas.


Essa é a Seleção que penso ser a dos melhores jogadores da competição. Não é semelhante a de nenhuma das premiações, nem mesmo é a que pode ser considerada correta, até porque, como diria Nélson Rodrigues: toda a unanimidade é burra.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Finalíssima no Morumbi


O que o torcedor tricolor queria realmente aconteceu. O segundo jogo da decisão será no Morumbi.

Na semifinal, estiveram presentes cerca de 55 mil. Se o público não foi suficiente para quebrar o recorde que o clube registrou no ano, pelo menos é considerado o recorde de público da competição. Esse número será batido com facilidade na final.

A torcida era justamente por isso e não para que esse ou aquele adversário perdesse. Tanto Millionários quanto Tigre são times muito inferior ao São Paulo.

A disputa vem pra coroar um ano que, embora sem títulos, tenha tido progresso.

As apresentações de agora, quando comparadas com as do primeiro semestre, até assustam. O desenvolvimento foi enorme. O que mudou para que isso acontecesse? Nada.

O técnico contratado entende de bola, diferentemente do anterior. Ele abriu espaço para atletas encostados como Paulo Miranda e Osvaldo. Hoje, ambos são importantes. Pois é, quem se arriscaria a dizer isso?

Para o título, falta apenas bater o Tigre. O time, que por ser argentino mereça um pouco mais de cuidado, não assusta. Suas maiores glórias são títulos da segunda divisão, mas tem crescido tanto nas colocações recentes como na mídia argentina.

Todavia, com a história e a facilidade do São Paulo em ganhar títulos internacionais, o favorito já é sabido por todos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Confusão Brasileira sem Futebol


José Maria Marin demitiu Mano Menezes.

Para isso, contou com os conselhos de Marco Polo e excluiu os comentários de Andrés Sanchez.

Coube à Sanchez "Garcia" (alusão ao personagem que Sanchez relacionou a situação de saída de Teixeira da CBF) explicar para Mano e para a imprensa o que ele não tinha conhecimento. A coletiva foi humilhante.

Del Nero foi surpreendido na operação Durkheim da Polícia Federal e teve agentes em sua casa, às 6 horas da matina. Além disso, seu computador e documentos foram confiscados. Degradante situação.

Marin ficou só e aturdido pelo mau retorno da mídia e a pressão com relação a demissão. Posteriormente, teve questionamentos da Fifa pelo fato do vice estar sendo ivnestigado.

O presidente correu para onde pode. Reuniu-se em sua casa com Scolari e desceu a Serra para ver Muricy.

Mas, está decidico.

Andres em revelia à humilhação que lhe causaram já fez o anúncio. Felipão será o novo técnico.

Scolari, que neste ano afundou o Palmeiras, ganha de brinde o cargo mais importante para qualquer técnico de futebol do mundo.

O técnico é contratado, não por seus trabalhos, mas para ser o escudo ideal. Faz uma década que Scolari não ganha nada de prestígio e produz um trabalho digno de elogios.

[NOTA: Não tenho memória curta e esqueci o título da Copa do Brasil deste ano. Mas, pelo fato de ter caído com o Palmeiras, o saldo de Scolari ou continua zerado ou está negativo]

O futuro reserva uma briga política irrefreável entre Andrés e Del Nero pelo poder da CBF.

Inclusive, poderiam mudar o nome para Confusão Brasileira sem Futebol, haja vista que o esporte deixou, há tempos, de ser a maior preocupação da entidade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MANObra perigosa


Mano Menezes foi demitido.

Na verdade, certa vez aprendi que as pessoas não são demitidas, elas próprias ocasionam sua demissão. E foi isso Mano fez.

A indecisão e o tempo perdido custaram caríssimo ao treinador. Quando assumiu, o gaúcho tinha um discurso de que o futebol brasileiro deveria voltar a ser protagonista, contudo, sob seu comando, a Seleção continuou sendo coadjuvante.

Trocentos jogadores convocados, algumas brigas e pouco futebol. Só para que se tenha uma noção, 13 goleiros passaram pelas traves do Selecionado. Se o técnico não consegue definir nem mesmo o goleiro, o que se pode esperar do resto do time? 

Deixando de lado o ex-técnico, o fato é que não há mais tempo. É por isso que considero a demissão uma manobra perigosa. Outro técnico assumirá e trará consigo suas sinas, seus jogadores de confiança e seus testes. A troca deveria ter sido feita antes, quando ocorreu a derrota nas Olimpíadas.

Mas não serei tão pessimista. Já que a demissão está consumada, é possível que outro técnico consiga algo melhor.

Palpiteiros garantem que Tite, Felipão e Muricy estão na mira, não necessariamente nesta ordem. É sabido que o lobby por Felipão é maior e ele quem deverá assumir, mesmo tendo ido mal no Palmeiras.

A saída de um gaúcho não quer dizer que o predomínio dos sulistas tenha acabado, os indicados ao cargo mostram isso. O futebol ofensivo, com o qual os brasileiros sonham, não virá. Voltaremos ao 3-5-2.

[NOTA: Muricy não é gaúcho, mas, basicamente, seu maior desenvolvimento como treinador foi no futebol de lá. É também um treinador que joga pra trás, mas essa é somente a  minha opinião]

Antes que eu me esqueça, eu iria atrás de quem melhor trabalha com garotos no país: Luxemburgo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O marasmo e a audiência


O Campeonato Nacional foi desinteressante.

O Fluminense sagrou-se campeão a quatro rodadas do fim, é importante salientar que com méritos e sem sofrimento. O calvário do Palmeiras acabou três rodadas antes, sem a dramaticidade usual que atrai atenção.

Neste caso, por mais duas rodadas não há nada no campeonato em disputa. Nada mesmo. Os times que irão para a Libertadores estão definidos, resta apenas uma vaga no rebaixamento sendo disputada por três equipes.

Se a função do campenato de pontos corridos é trazer justiça, em oposição, na opinião de alguns, está a antiga fórmula de mata-mata, que sempre produziu mais emoção.

A Globo, detentora dos direitos de transmissão, rapidamente se atentou a isso e quer a antiga fórmula de volta.

Neste ano, a emissora carioca teve recorde de audiência (final da Libertadores) e as duas marcas mais baixas registradas durante um domingo de futebol (campeonato Paulista). Além disso, a audiência do tem caído vertiginosamente no decorrer dos anos juntamente com a média de público no estádio.

Esses são os motivos (plausíveis) para que a emissora pressione a CBF com o retorno da fórmula que é um sucesso. Ela confia que a mudança na disputa trará público e audiência de volta.

Sobre o campeonato de mata-mata ser injusto como alguns classificam, vale algumas considerações:
  1. Para um time ser campeão ele tem de ser o melhor. Assim como é nos pontos corridos.
  2. Ser a melhor equipe na fase classificatória e não repetir o desempenho no mata-mata só prova que, definitivamente, a equipe não foi a melhor no contexto geral.
  3. A regularidade, que é tão defendida na atual fórmula, será a mesma. A regularidade e o planejamento ocasionam em título, como sempre foi.
O futebol é emoção, é disso que precisa para voltar a ser como antes. Quem não vê que o futebol esteja decaindo é porque não enxerga o óbvio. Simples assim, o resto é balela.

[NOTA: Quando digo que não há nada em disputa no campeonato, é exatamente isso. Não me esqueci dos clássicos nas duas últimas rodadas, mas isso não quer dizer que exista uma disputa por algo no campeonato, é apenas a rivalidade colocada em jogo. No entanto, até mesmo os clássicos deixaram de ser a coqueluche que eram antes. Os públicos são cada vez menores por causa da violência.]

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O trágico fim


O Palmeiras está rebaixado. Foi o derradeiro fim do prenúncio que todos sabiam que iria acontecer. Pela segunda vez em 10 anos.

E que diferença do time de 2002. Marcos, Arce, Nenê, Zinho, Muñoz são alguns dos jogadores daquela época. Agora, bem, agora tinha Maurício Ramos, Juninho (nem Paulista e nem Pernambucano), Maikon Leite, Thiago Heleno e por aí vai.

O rebaixamento foi adiado até quando deu, contudo, a falta de vitórias e os resultados sempre contrários foram determinantes. O Palmeiras teve tudo contra, desde arbitragem até diretoria. No entanto, essas não são justificativas para quem, até então, tem um aproveitamento de 31,5%.

A culpa maior é de Felipão que em dois anos de trabalho manteve o time na dependência das bolas alçáveis de Marcos Assunção.

A diretoria sempre foi ruim, sempre. Mas o Palmeiras nunca deixou de ganhar por isso.

O rebaixamento não é o fim do mundo, apenas um ano para voltar. Se a primeira vez não serviu de lição, a segunda vai ter de servir.

A grande dúvida fica por conta do investimento a ser feito, um time para a Libertadores ou um time para a Série B? Nenhum dos dois.

O time precisa ser montado para subir e essa será a base para o ano seguinte. A Libertadores deverá ser jogada com esse time montado para subir.

Sobre o novo estádio, sua estreia não será melancólica por estar na Série B. Estará lotado em todos os jogos pois o amor é maior na desgraça.

Eu me solidarizo com os palmeirenses, meu pai também é torcedor do Verdão. Além disso, eu creio que a morte de um rival influi diretamente na morte do futebol que aprendemos a amar. O que seria do Inter sem Grêmio, do Fla sem Flu, do Bah sem Vi e outros diversos clássicos?

A morte do rival simboliza também a morte, obviamente que menor, do time para o qual torcemos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Morumbi lotará


A estreia de Paulo Henrique Ganso acontecerá neste domingo, às 17 horas. O adversário será o Náutico, temido quando joga no Estádio dos Aflitos e presa fácil quando joga fora de casa.

O torcedor são paulino é caracterizado por não lotar o estádio em jogos que não tenham grande importância. Faz isso com tranquilidade em jogos da Libertadores e de grande apelo.

Todavia, a torcida encheu o estádio neste ano, conquanto não tivesse tantos jogos decisivos. Tem a 3ª melhor média de público do campeonato.

Quando apresentado a torcida, 40 mil torcedores estiveram no estádio. Agora, 40 mil é o número de ingressos já vendidos para o debute do maestro.

Futebolisticamente falando, o retorno quer dizer muito. A Seleção Brasileira ainda espera por ele. Mano Menezes tem plena convicção que o retorno de Ganso destruiria os pedidos por Ronaldinho na Seleção. Ele não quer convocar R49 para "não andar em círculos".

Ney Franco tem diversas opções de escalação. Contudo, na minha opinião o ideal seria usar o 4-3-3. Atuar com Denílson, Wellington e Ganso; Lucas, Oswaldo e Luís Fabiano. Um ataque poderoso que poderá brigar pelo título da Sul-Americana e consertar um ano que ainda está sem títulos, o que é incomum no clube.

O meia tentará renascer e voltar ao posto que muitos o colocavam anos atrás.

Além de tudo, Ganso tem um sentimento dentro de si. Sente que tem de mostrar a um presidente que não possui uma lesão incurável. Essa é a sua "cruzada".

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A história se repetirá


Se na economia os eventos são cíclicos, no futebol eles não são. Porém, o que seriam das lendas sem alguém para repeti-las?

No dia 12/12/2012, o Corinthians fará sua estreia no Mundial de Clubes.

Há exatos 36 anos e 7 dias da data de estreia, uma partida marcava época no Maracanã. Conhecida como a "Invasão Corinthiana", o episódio mostrou que a torcida alvinegra dividiu o estádio com a torcida do Fluminense. Foram 70 mil para cada lado.

E a história irá se repetir. A expectativa é de que 25 mil corinthianos estejam no Japão.

O número é asombroso, mais que 1/3 do que compareceu ao memorável jogo de 1976.

Levando em consideração a distância entre os dois locais das partidas, com certeza essa entrará para a história como a anterior. E isso não é porque eu queira ou você queira, é porque assim será.

Extraio abaixo alguns trechos da crônica escrita por Nélson Rodrigues em O Globo, após a Invasão Corinthiana:

"Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians.
Ninguém sabia, ninguém desconfiava.
O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade.
Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema.
E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela.
Ali, chegavam os corintianos, aos borbotões.
Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.
A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia.
Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho: "O Rio é uma cidade ocupada".
Os corintianos passavam a toda hora e em toda parte.
Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo.
Pois ganha.
Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time.
Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a vigília da Fiel."

domingo, 11 de novembro de 2012

Opostos


O Fluminense se sagrou campeão do Brasileirão de 2012. Incontestável!

A conquista sucede dois anos depois do último título na competição. É o terceiro título do Campeonato Brasileiro da equipe. Até 2010 tinha apenas um.

[ Nota: Reconheço os títulos do Campeonato Brasileiro que aconteceram a partir de 1971. Dessa forma, não tiro a importância da Taça Brasil ou do Robertão como torneios nacionais. No entanto, não os considero como títulos do Campeonato Brasileiro.]

A campanha foi soberba, todavia não acabou, sobraram recordes para quebar.

Fred, o dono do time, foi o destaque. Cavalieri tem atuado como goleiro de Seleção Brasileira. A zaga, mesmo não sendo tão boa, foi a que menos levou gols. O meio e o ataque fizeram seu papel, pois o time é o que mais marcou gols na competição. Enfim, os números demonstram a força tricolor.

Abelão também merece destaque. É chamado de retranqueiro pelos cariocas, mas ele venceu tudo e mais um pouco em sua carreira.

Com a ajuda da Unimed o time é forte. Há a certeza que chegará ainda mais forte na Libertadores da América do próximo ano. Agora, é comemorar!

Enquanto isso, no lado oposto se enxerga o semblante do desespero.


O Palmeiras, a cada dia, cava um pouco mais o seu lugar na série B. O time luta mas está entregue.

A desilusão é tanta que o número de torcedores no estádio foi pífio. Para um jogo de decisão era esperado um público maior que os 12 mil que lá estiveram. A torcida palmeirense não compareceu porque temia o pior em caso de derrota. Ainda bem que, até então, nada ocorreu.

O melhor era ter cedido a carga pedida pela diretoria do Flu. Assim o estádio estaria mais cheio e um time não seria campeão nacional em um estádio vazio.

Esse é o problema dos pontos corridos, mas isso é outra história.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Quando o ídolo vira burro


Fernandão era um jogador pensante. Ele construiu bem sua carreira e ao término conseguiu galgar um lugar na direção do Internacional.

Até então, sempre foi ídolo incontestável para os colorados. Mas, quando pegou o boné e foi ao campo para ocupar o lugar deixado por Dorival Jr, tudo mudou.

Ao aceitar estar no posto mais ingrato do futebol (alguns acham que é ser goleiro, mas estão enganados), o técnico coloca em risco toda a sua idolatria.

A campanha do time no campeonato é tida como ruim. Embora ocupe a 6ª colocação na tabela, as pretensões eram muito maiores. A folha salarial e o elenco que o clube possui atestam isso. A torcida, que não tem a cultura de protestos, invadiu treinos e ofendeu jogadores. Fernandão, que sempre foi calmo, esbravejou como nunca nas coletivas e nada adiantou.

O Internacional tem um grupo difícil, são jogadores criados e de relacionamento nada convencional. Eles estão destruindo a imagem de Fernandão. Outro ídolo, Paulo Roberto Falcão, sabe bem o que aconteceu com ele depois da passagem pelo time, as lágrimas caíram em sua demissão.

A torcida, na maioria das vezes tem comportamento e sentimento voláteis, ela pode se virar facilmente contra o técnico. A imagem pode nunca ser recuperada, já que ele aponsentou.

Ser ídolo e técnico é algo difícil. Fernandão deveria ter continuado na direção, assim não correria o risco de ver o status de ídolo se tornar de "burro".

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A quatro passos do abismo


Serão quatro partidas até a iminente queda para a Série B, todavia tudo indica que poderá ser antes.

Dez anos depois do primeiro rebaixamento o clube repete a dose. Desde a volta em 2003, viveu raros bons momentos. Apenas dois títulos. As campanhas ou beiravam o abismo ou morriam na praia de maneira vexatória.

A culpa é de todos.

A diretoria do Palmeiras nunca foi boa, ou melhor, foi sim, quando o futebol era gerenciado pela Parmalat e não por ela mesma.

Felipão abandonou o barco para não causar uma mancha indelével no seu currículo e os torcedores o veneram por isso, uma vergonha. Luxemburgo deixou o time, na queda de 2002, com menos da metade dos jogos do primeiro turno disputados, ainda assim carrega a culpa.

Os jogadores não tem brio e não mostram que de fato foram campeões da Copa do Brasil. Um time que é campeão tem que ter algum mérito, logo, se foi campeão não deve(ria) ser rebaixado.

A amargura está perto do fim.

Para o palmeirense restará a dor. No meio do ano voltou a sorrir como não fizera há tempos, mas no fim do ano o sorriso está amarelo.

É mais uma oportunidade para todos no clube aprenderem, já que a primeira queda não causou o efeito que geralmente surte.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Até quando?


Atlético-MG e Cuca tentaram mutuamente vencer. Mas não foi possível.

O Galo encantou mostrando um volume de jogo impressionante, ninguém cria e abafa o adversário como a equipe fez no campeonato, mas o título foi mais uma vez desperdiçado e o Fluminense ficará com ele.

Cuca luta bravamente para se livrar do estigma de sempre perder os campeonatos que possui grande chance de ganhar. Alguns dizem que o técnico é depressivo e isso acaba passando para o time, que fica inseguro.

Durante o campeonato, o técnico "previu" que setembro seria ruim e que outubro seria melhor. Contudo, os dois meses foram ruins, o time deixou de brigar pelo título ao fazer 9 pontos em 21 e 11 pontos em 18, durante setembro e outubro respectivamente.

O abatimento é evidente. Nesta última rodada o Fluminense tropeçou contra o São Paulo e a diferença poderia diminuir, mas o Atlético-MG perdeu para o Coritiba que há pouco tempo brigava para não cair.

A vaga para a Libertadores está assegurada, tanto Cuca quanto o Atlético-MG terão que levantar a cabeça e se preparar para a próxima temporada. O que não se sabe é se estarão psicologicamente prontos ante mais um fracasso.

A torcida continuará esperando ansiosamente por uma conquista que não vem há tempos. Além disso, continuará na sombra do rival Cruzeiro que se não fez boa campanha nesta temporada pode desdenhar pelas últimas.

domingo, 4 de novembro de 2012

Vasco em queda livre


Juninho Pernambucano é um dos jogadores mais esclarecidos que ainda atuam, não é como esses jovens que recebem media training e dizem sem dizer.

Contudo, ao fazer gestos obscenos contra a torcida do Sport, clube que o revelou e o qual ele disse que defenderia de graça como fez no Vasco, Juninho deflagra que o furor por qualquer jogador é passageiro.

O estupor com a imagem se deve à usual sensatez do Reizinho da Colina, que desta vez não esteve presente.

Com absoluta certeza, se os atletas recebessem não perderiam a cabeça. Se até Juninho que não precisa de dinheiro está assim, o que será dos mais novos?

Ainda bem para o Vasco que faltam quatro rodadas.

[Atualização: 05/11/2012 - 13:20]

Marcelo Oliveira já não é mais técnico do time vascaíno. Segundo alguns ele não recebia salários desde a sua contratação.

O técnico é pretendido na Toca da Raposa caso Jorge Sampaoli não acerte.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

La mano da discórdia


Há uns posts atrás eu havia escrito que a amoralidade havia reinado no Brasileirão ao colocarem um árbitro carioca para apitar o jogo do Fluminense.

O limite, seja ele qual for e não me perguntem qual é, foi ultrapassado.

O gol de mão de Barcos é só mais um ato de desonestidade.
Romário, certa vez jogando pelo Vasco disse que o adversário fez o gol contra quando o árbitro ia dando sua autoria ao tento. Para alguém que buscava o gol de número 1.000, sem entrar no mérito da conta ser correta ou não, foi um ato digno.
Se até um dos mais malandros de todos pôde ser digno, por que um argentino não seria?

O Palmeiras entrar com a ação no STJD para cancelar a partida é esperado, no desespero as pessoas fazem coisas impensáveis. Todavia é digno de pena atitude do time.

O Internacional não se defender como deveria também é compreensível.

Agora, o STJD acatar e suspender o prélio até que seja julgado é uma vergonha!
Instituições para engravatados aparecerem em cima do futebol são várias e não servem mesmo para nada.

A "chatice" que muitos classificam o futebol contemporâneo tem muito das ações do STJD.
Xingou é punido. Falou é punido. Fez falta é punido. Se for expulso é duplamente punido

Não é necessário que o futebol precise de um tribunal, qualquer um conhece as regras do jogo e o que é passível (ou não) de punição mais severa ou julgamento extra campo.

Se fosse um tribunal sério, não cometeria o erro de favorecer o irregular...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ah Pelé...


O Rei fez 72 anos.

Não o vi jogar, mas acredito nos relatos.

Infelizmente, há alguns bobos de corte que julgam que Messi passará Pelé. Uma afronta.

Em 28 de outubro de 1969, Carlos Drummond de Andrade escreveu no Jornal do Brasil um texto de título Pelé 1.000 (referência ao gol de número 1.000 do Rei) do qual extraio o seguinte trecho:

"O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols como Pelé. É fazer um gol como Pelé. Aquele gol que gostaríamos tanto de fazer, que nos sentimos maduros para fazer, mas que, diabolicamente não se deixa fazer. O gol."

Já em 20 de julho de 1971, Drummond escreveu também no Jornal do Brasil um texto de título "Letras Louvando Pelé" (o texto foi escrito após o jogo de despedida do Rei com a camisa Seleção Brasileira) do qual extraio o seguinte trecho:

"Pois é, respode Pelé. O nome rima no ar. Nome fácil de guardar. De dizer. Os sons se cruzam, se abraçam: Pelé no Maracanã.
O imenso coro ressoa. Pe-lé. Pe-lé. Pe-lé.
Até
amanhã.
Não é adeus, é até
logo Pelé, até.
No Maraca, na esperança, no mundo, o nome, a lembrança, a presença de Pelé."

Quem dera nossa idolatria fosse metade da que os argentinos tem por Maradona, ainda que seja sabido que ele está (muito) atrás de Pelé e Garrincha.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

A palavra cumprida


Um pouco atrasado, mas vale a escrita.

Não foi por dinheiro que Alex acertou com o Coritiba. Se fosse isso que procurasse, no Palmeiras ganharia mais, com absoluta certeza.

Não foi por não se emocionar com a festa da torcida cruzeirense que não acertou a ida para a Toca da Raposa. Ele sabe que lá viveu sua melhor fase no Brasil.

Não foi o iminente, e agora improvável rebaixamento do Palmeiras que o impediu. Embora seja sabido que um jogador tão cobiçado não jogaria a segunda divisão, não foi por isso.

Foi por ter dado a palavra.

Acertar algo verbalmente ainda vale para alguns, o meia já havia declarado a vontade de voltar ao clube que o moldou desde seus nove anos de idade, e voltou.

Simples assim.

Não será preciso revolta de palmeirenses ou cruzeirenses, é só aceitar que alguém tem palavra e cumpre com o que disse, mesmo que isso cause tanto espanto

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O pior cego...



...é aquele que não quer ver.

Chegamos ao limite.

Não pelo erro, isso não, já estamos mais do que acostumados. Alguns garantem que se o erro não existisse, as rodas de discussão pós jogo e o papo de buteco também não existiriam.

O real problema é que o árbitro que apitou a partida é carioca. Exatamente, um carioca apitando jogo de um time carioca. É um cinismo sem igual, e o Náutico também foi muito ingênuo por permitir a escalação de Pablo dos Santos Alves.

Pouco importa que o homem de preto seja da federação do Espírito Santo, isso não o faz deixar de ser carioca. Além disso, o sorteio é uma encenação pífia, pois no fim escalam quem querem.

O erro ou a escalação não é imoral, eu diria que é amoral, pois já perdemos o que devíamos ter de moralidade há muito tempo. Assim caminha o principal campeonato nacional.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ganso é tricolor, finalmente


Paulo Henrique Ganso, aquele que todos apostavam ser o novo Zinedine Zidane tentará recuperar a sua carreira no tricolor paulista.

Depois de uma negociação mais do que arrastada, LAOR deve ter tido a sensibilidade de que estava atrasando a carreira do jogador mais do que o próprio Ganso e liberou o meia para assinar por 5 anos com o rival.

No fim das contas, ficou de bom tamanho para ambas as partes. O Santos recebe um valor considerável apesar de não ter mais perspectivas com o jogador, e o São Paulo compra um protótipo de craque por 1/4 do que ganhou com Lucas.

Contudo, do tempo que a polêmica se arrasta eu devo ter escrito mais de 3 posts somente sobre Ganso vs Santos.
Reproduzo abaixo minha última opinião (no dia 12/09) sobre o caso, quando a negociação ainda se arrastava:

"Finalmente Ganso deve estar indo para o São Paulo pelo valor que o Santos queria.

1. É compreensível que o jogador esteja desmotivado por receber MENOS de 5% de Neymar;

2. É compreensível que o Santos se irrite por declarações do jogador e por ele ter recusado salários maiores propostos na renovação do que o que São Paulo lhe pagará. O combinado não sai caro, se o contrato está assinado então deve ser cumprido;
3. Pela vontade do jogador e sabedor de como isso contamina o grupo, eu temo que seja um novo 'Ricardinho' que o São Paulo esteja contratando. Pior para o São Paulo e pior para a Seleção Brasileira."

Pior para a Seleção Brasileira...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Kleina e o superclássico


O Palmeiras já tem novo técnico. Gilson Kleina se despediu da Ponte Preta para assumir o cargo que muitos recusaram.

O técnico, ao saber do interesse, se mostrou inclinado a aceitar, apesar de ser uma das últimas opções.

Houve o acerto somente após uma proposta de contrato maior frente ao insultante três meses oferecidos inicialmente. Obviamente, essa deve ter sido uma das razões para tantas recusas de outros técnicos.

Todavia, nem mesmo com um contrato maior o técnico terá estabilidade, as eleições se aproximam e politicamente o Palmeiras é o Palmeiras. O único lugar onde não há briga política e sim briga de família.

De imediato, o técnico tem a missão de salvar o descalabro verde.



No maior clássico do futebol mundial, embora sem os jogadores mundias e apenas com os locais, Brasil e Argentina fizeram um jogo que representa o futebol contemporâneo. Um atacando sem eficácia e outro defendendo com audácia.

O time de Mano como sempre não jogou bem, mas venceu. Para os que gostam do futebol de resultado foi ótimo. Eu, que sempre esperei a arte já estou desistindo e me tornando contente somente com as vitórias.

A volta será em Resistência, na Argentina. Com certeza ganharemos porque eles sabem que são inferiores a nós e agora jogarão com o time aberto por precisarem do resultado.

Sobre as vaias e o coro de Felipão, é sabido que acontecerão até a Copa. Se isso é justo ou não, é um outro assunto.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Complicou



O Palmeiras, agindo como time pequeno, partiu para o caminho mais fácil da crise e estourou a corda no lado de Felipão.

Infelizmente, notícias de bastidores dão conta de que o clima era tão ruim que se tornou insustentável e que jogadores comemoraram a queda do treinador. Tais notícias, a priore, parecem ser plantadas para justificar a demissão.

Eu, que nunca morri de amores pelo técnico gaúcho, sei que se era ruim com ele, com certeza estará pior sem ele.

Aos palmeirenses, não se deixem enganar por aquela típica vitória no jogo seguinte após a demissão do técnico, algo muito comum no Brasil. É preciso saber analisar se o time correrá somente após a saída de Felipão, e, se isso acontecer os verdadeiros culpados pelo caos vigente serão reconhecidos.

Jorginho, Leão e Renato Gaúcho são os nomes cogitados para salvar o Palmeiras de um rebaixamento que parece estar fadado. As ações comprovam isso.

E domingo, bem, domingo é dia de dérbi, mas isso não parece importante quando uma eleição se aproxima.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Arbitragem, o problema do futebol

Entrevista de Elpídio Fiorda em 1960.




A imagem acima é de uma entrevista de Elpídio Fiorda, ex-árbitro da FPF, ele relata causos da carreira e um dos trechos da entrevista exibido acima está transcrito abaixo:

"Arbitragem sempre será problema. Enquanto houver no futebol essa sede imensa de dinheiro por parte de jogadores, mentores e dirigentes, resolvê-lo será muito difícil. E de uma coisa estejam certos: uma das maiores vítimas será sempre o árbitro. Ou, então, o culpado de muita irregularidade."

O que mudou desde então? Nada! A arbitragem continua ruim.

O profissionalismo é uma maneira, mas se o árbitro errar como punir? Se ele apenas apitar não se pode privar o profissional de ter seu ganha pão e a punição sempre tem de ser no bolso.

Contudo, há os que prefiram o erro e a discussão pois isso alimenta o futebol. Além disso, já diria Nélson Rodrigues que a inexistência do 'árbitro ladrão' é um desfalque enorme para o futebol, é necessário a existência do canalha.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Quem tem boca fala o que quer


Deixando de lado as duas partidas que a Seleção jogou contra a renovada África do Sul e a risível Seleção chinesa, pois esses jogos de nada acrescentaram, apenas queimaram duas datas que poderíamos usar mais sabiamente. A CBF que jurou mudar continua marcando os mesmos jogos ruins de sempre.

Mano Menezes morreu pela boca. Suas declarações são contraditórias ao seu comportamento. A convocação para o super clássico das Américas corrobora que o pensar é diferente do que fala o comandante.

Recentemente, o técnico afirmou que jogadores que quiserem integrar-se ao plantel da Seleção não poderão 'falar muito', um recado claro ao atacante Fred que questionou sua não convocação, e a convocação era merecida, até pela idade do jogador.

Como se não bastasse, depois de dizer oficialmente que Ralf não servia para a Seleção por não saber sair jogando e ser apenas marcador, lá está o jogador convocado para o super clássico. O que houve? Quanta incerteza!

Contudo, o pior caso de todos é Marcelo - esse sim nunca mais merecia vestir a camisa da Seleção -, mas sempre é convocado. Diferentemente de Fred que pediu uma convocação, o lateral mandou um e-mail para o Real Madrid comemorando a sua dispensa da Seleção por causa de uma lesão que ele supostamente tinha, assim ficaria liberado para jogar por seu clube.

Impensável! Não para Mano, que o tem como seu titular e confirmado para a Copa.

O técnico continua sendo incoerente e incompetente, basta ver os convocados e as apostas que ainda estão sendo feitas, é óbvio que não há mais tempo para apostas. Alguns dos que eram convocados foram esquecidos, como exemplo o lateral Cortez que foi trocado desta vez por Fábio Santos.

Goleiros
Jefferson (Botafogo)
Cássio (Corinthians) 

Zagueiros
Dedé (Vasco)
Rhodolfo (São Paulo)
Rever (Atlético-MG) 

Laterais
Marcos Rocha (Atlético-MG) 
Lucas Marques (Botafogo)
Carlinhos (Fluminense)
Fábio Santos (Corinthians) 

Volantes
Arouca (Santos)
Fernando (Grêmio) 
Paulinho (Corinthians)
Ralf (Corinthians) 

Meias
Bernard (Atlético)
Jadson (São Paulo)
Thiago Neves (Fluminense) 

Atacantes
Leandro Damião (Internacional)
Lucas (São Paulo)
Luis Fabiano (São Paulo)
Neymar (Santos)
Wellington Nem (Fluminense)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A última chance é sempre a próxima chance


Flamengo e Botafogo pagam por seus erros, apostaram que recuperariam o irrecuperável. Adriano e Jóbson, dois dos últimos jogadores bad boys, figura tão presente em outros tempos do nosso futebol.

É importante lembrar que a culpa não é totalmente dos clubes e nem totalmente dos jogadores, os dois tem sérios problemas que deveriam ser tratados.

Ninguém os apresenta um tratamento que seja condizente, apenas querem os ver jogando e jogando como se o futebol os recuperasse num passe de mágica e aí está o erro dos clubes. Disponibilizar psicólogos para os dois atletas não é nenhum mérito pois é comum os clubes fazerem isso para o restante dos jogadores, e psicólogo algum ajudará ambos.

Adriano mais uma vez não apareceu para treinar e também proferiu as desculpas de sempre, afirmou também que é a última chance que terá, embora já fizera isso outras vezes.

O Flamengo fica inerte pela bagunça lá instaurada, uma a mais ou a menos não faz diferença. E assim viverá com o Imperador até o fim do contrato, seja por cumprimento ou por cancelamento.

Jóbson saiu mais uma vez de maneira conturbada de um clube, ainda recebe salário do Botafogo mesmo sem jogar e também fez as mesmas promessas vazias de Adriano.

O Botafogo vendeu todos os atacantes que tinha para poder pagar com Seedorf, agora considera a volta do problemático atacante por não ter nenhum.

Dois talentos estão desperdiçando a carreira e não tem consciência de que representam o sonho de milhões de garotos no país, para eles não tem problema, a última chance será sempre a próxima chance.

domingo, 26 de agosto de 2012

Clássico é clássico e vice-versa

Grande rodada de clássicos no final do turno, infelizmente em alguns deles a arbitragem (como é corriqueiro) sempre tende a se destacar mais do que os protagonistas dos jogos. É um fato consumado no futebol nacional e isso acontece não por culpa dos jogadores e sim por culpa dos árbitros que são ruins. Contudo, se eles são ruins a culpa é também de quem os escala como se estivessem preparados, obviamente não estão e não são.

Abaixo uma sucinta análise dos jogos:

Vasco 1 X 2 Fluminense  No sábado, dois postulantes ao título se enfrentaram no castigado Engenhão, a arbitragem foi a pior da rodada e como se não bastasse foi decisiva para a vitória do Flu. Lá Thiago Neves foi destaque com dois tentos, já o Vasco continua deixando a desejar. Considero o Fluminense favorito ao título.

Palmeiras 1 X 2  Santos  Cá e simultaneamente, o campeão da copa nacional enfrentava o detentor do título estadual. Neymar deciciu com dois tentos, pois joga melhor quando está de uniforme preto e branco do que quando está de amarelo ou azul. Seu irmão, Ganso, não joga nem com um nem com outro e sonha com cores novas. E o Palmeiras, sempre desfalcado, continua seu flerte fatal com a série B.

Botafogo 0 X 0 Flamengo Hoje, sem dúvidas o clássico mais fraco foi novamente no Engenhão, estádio esse que desde a sua inauguração para o Pan já não tinha bom gramado. O Fogão que tem meias de sobra mas não tem ninguém que coloque "fogo" no ataque - vendeu todos - não consegue marcar gols. O Flamengo tem melhorado sim, mas ainda não o suficiente para suas pretensões.

Corinthians 1 X 2 São Paulo  Em São Paulo o jogo foi bom, o time que ostenta o nome da cidade foi melhor no geral. O Corinthians marcou cedo e dormiu, já o São Paulo acordou quando foi ferido e mostrou um bom futebol do meio pra frente. Ney Franco tem segurança no ataque e pode usar o tempo que despenderia treinando os entrosados Lucas e Luís Fabiano - o último marcou dois no Majestoso - para melhorar Rodolfo e Tolói. O São Paulo brigará pela vaga na Libertadores e o Corinthians continua cumprindo e evitando descer na tabela.

Internacional 0 X 1 Grêmio  Maior rivalidade do país para alguns, o Gre-Nal de nº 393 disputado sob forte chuva foi melhor para a parte azul do Rio Grande do Sul. O Grêmio é realmente forte nas mãos do campeoníssimo Luxemburgo, em minha opinião é a terceira força (posição que também ocupa na tabela) que brigará pelo título. O Inter, ainda sem contar com alguns de seus bons jogadores, ora faz bom jogo e ora não, pelo futebol apresentado ficará sem a vaga continental no torneio que tanto almeja.

Cruzeiro 2 x 2 Atlético-MG Uma loucura total é como podemos resumir. O clássico teve uma velocidade que poderia ensandecer os torcedores, todavia acabou por enervar os cruzeirenses (o clássico é realizado apenas com a presença da torcida do mandante) que atiraram o que puderam no campo, relógio e celular viraram armas. O jogo teve um Cruzeiro esforçado e um Atlético encorpado, pancada para dar e vender e expulsões também, golaço de Ronaldinho para virar o marcador e empate no último minuto. A arbitragem foi desastrosa e o gol de empate cruzeirense teve influência do apito. Acredito que o Atlético seja a segunda força na briga pelo caneco, embora lidere; o seu rival não conseguirá a vaga para a Libertadores.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

MANOqueísta


Mano Menezes diz que o espaço é dado a quem bate no técnico da Seleção Brasileira por não ter ganho o ouro. Isso é uma meia verdade. Além de bater boca por meio da imprensa com o sempre falador Romário, o técnico dá razão para os seus críticos com suas convocações duvidosas.

A antiquíssima frase que dizia que à mulher de César não bastava ser honesta, havia de também transparecer honestidade não cabe ao técnico da Seleção. Desde os tempos de Corinthians ele leva consigo a fama de contratar somente jogadores agenciados por seu empresário, Carlos Leite, a lista é extensa com muitos ainda com contrato e sem aproveitamento algum no time paulista.

E quando chega na Seleção, ele faz o mesmo. Convoca jogadores que na ordem natural não deveriam ser convocados. Gostar de surpresa até que é aceitável, mas toda vez uma surpresa é demais. A novidade é o goleiro Cássio, discutível convocação, já Arouca não, embora também seja novidade.

Já tendo convocado mais de doze goleiros o técnico ainda não se deciciu e, se ainda não se deciciu no gol não há como esperar algo diferente do time. O goleiro é posição de confiança e a primeira que técnicos resolvem para suas equipes.

Estamos há menos de dois anos da Copa, não só não temos goleiro como apostas ainda estão sendo feitas, exemplos são vários: Jéfferson, ora serve ora não; Jonas, não é melhor que Fred nem que Love, mas é constantemente convocado, diferentemente dos outros dois referidos; Lucas terá chance como titular somente após a venda, parece que antes não prestava...

Amigos, não vamos criar uma falsa ilusão com uma demissão no final do ano, pois o técnico subsequente terá menos tempo ainda para armar um time, e virá com suas cismas e jogadores para testar.

No fim das contas, o técnico de futebol sempre foi besta ou bestial.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Centenário de Nélson Rodrigues


Como estamos no mês do centenário de Nélson Rodrigues, resolvi publicar uma de suas crônicas, tão antiga e tão atual, leiam e entendam uma época onde o futebol era amado, hoje não se escreve dessa forma nos jornais, o que é uma pena.


DRAGÕES DE ESPORA E PENACHO

     Amigos, foi a mais bela vitória do futebol mundial em todos os tempos. Desta vez, não há desculpa, não há dúvida, não há sofisma. Desde o Paraíso, jamais houve um futebol como o nosso. Vocês se lembram do que os nossos “entendidos” diziam dos craques europeus. Ao passo que nós éramos quase uns pernas-de-pau, quase uns cabeças-de-bagre. Se Napoleão tivesse sofrido as vaias que flagelaram o escrete, não ganharia nem batalhas de soldadinhos de chumbo.

     Era mais fácil encontrar uma girafa em nossas redações do que um otimista. O otimista era visto, e revisto, como um débil mental. Quando o escrete saiu daqui, as hienas, os abutres, os chacais uivavam: — “Não passa das quartas-de-final!”. Fazia-se uma campanha do pessimismo. E os “entendidos” recomendavam: “Humildade, humildade!”. Como se o brasileiro fosse um pobre-diabo de pai e mãe. Eu me lembro do dia em que João Saldanha foi chamado para técnico do escrete. Tivemos uma conversa de terreno baldio. E me dizia o João: — “Vamos ganhar de qualquer maneira! O caneco é nosso!”.

    Raríssimos acreditavam no Brasil. Um deles era o presidente, que me dizia: — “Vamos ganhar, vamos ganhar” — e que, ainda no sábado, dava o seu palpite para a finalíssima: — “Brasil 4 x 1”*. Mas os “entendidos” juravam que o futebol brasileiro estava atrasado trinta anos. E a famosa velocidade européia? Essa velocidade existia entre eles, e para eles. Mas o Brasil ganhou de todo mundo andando, simplesmente andando. Com a nossa morosidade genial nós enterramos a velocidade burra dos nossos adversários.

     Sempre escrevi (graças a Deus, não “entendo” de futebol), mas escrevi que a finalíssima de 66 foi o antifutebol e, repito, uma pelada da pior espécie. Mas ai de nós, ai de nós. O “entendido”, só de falar da Inglaterra e da Alemanha, babava na gravata. Queria acabar com o gênio, a magia, a beleza do nosso futebol. Mas, sem querer, com sua inépcia, com sua incompetência, os “entendidos” acabaram prestando um grande serviço, porque tornaram os brios do escrete mais eriçados do que as cerdas bravas do javali.

    O curioso é que os não entendidos é que acreditavam na seleção. Por exemplo: — o Walther Moreira Salles. Pôs-se à frente de todo o movimento de apoio financeiro ao escrete. Não faltou quem lhe dissesse: — “Não faça isso. Esse escrete é uma droga”. Coisa curiosa: — em momento nenhum o Walther Moreira Salles deixou de acreditar na nossa seleção. Muitas vezes me disse: — “Eu sei que vamos ganhar”.

     Paro de escrever para atender o telefone. É o Vadinho Dolabela, o último boêmio, o último romântico do Brasil. Chora no telefone: — “Nelson, ganhamos, Nelson! O caneco é nosso!”. Que ele seria nosso estava escrito há 6 mil anos. Nunca uma seleção fez, na história do futebol, uma jornada tão perfeita como o Brasil em 70. Ganhamos de todos os pseudocobras. Todas as finalíssimas são duríssimas. Alemanha x Itália, em 38, exigiu prorrogação. Quando o jogo acabou, os craques deitavam-se no chão, muito mais mortos do que vivos. Alemanha x Inglaterra, nova prorrogação, tanto em 66, como em 70. O Brasil não precisou de um minuto a mais.

     E nós, ontem, demos um passeio. Quem fez o gol da Itália, o franciscano gol da Itália, não foram os italianos. Foi uma brincadeira de Clodoaldo. Esse notabilíssimo craque, sergipano quatrocentão, resolveu dar uma bola de calcanhar. O inimigo recebeu de presente, recebeu de graça, o passe e o gol. Ao passo que os gols brasileiros foram obras de arte, irretocáveis, eternas. A cabeçada de Pelé, na abertura da contagem, foi algo de inconcebível. Ele subiu, leve, quase alado, e enfiou no canto.

     Em suma, cada gol dos nossos era uma preciosidade. Já na véspera as maiores autoridades do futebol declararam, unanimemente, que o Brasil tinha que ganhar o jogo, porque era muito melhor. Esse era o óbvio ululante, que o mundo enxergava, menos os “entendidos” daqui. Antes que eu me esqueça, preciso observar o evidentíssimo: — ganhamos dando, no adversário, um banho de Paulina Bonaparte. Dizia-se que os italianos eram formidáveis. Perderam de 4 x 1 para nós, e devia ser de 4 x 0. Ou melhor: — e nem de 4 x 0, mas de 5 x 0, e explico: — no último momento, Rivelino, driblando todo mundo, invadiu a área e ia entrar com bola e tudo, quando sofreu o mais cínico, o mais deslavado dos pênaltis. Era um gol mais do que certo. Ainda tivemos que enfrentar um árbitro altamente pernicioso...

     Amigos, glória eterna aos tricampeões mundiais. Graças a esse escrete, o brasileiro não tem mais vergonha de ser patriota. Somos 90 milhões de brasileiros, de esporas e penacho, como os Dragões de Pedro Américo.

[O Globo, 22/6/1970]

sábado, 11 de agosto de 2012

A era Neymar?


A verdade não é absoluta, e, quando alguma é concebida na derrota se torna menos influente.

Em 1.990, quando Lazaroni assumiu o comando da Seleção, uma nova filosofia estava sendo estabelecida, a constatação de que o Brasil perdera nos anos anteriores por se preocupar em jogar bonito e não marcar reinava, as mudanças foram feitas deixando-se de lado jogadores técnicos e convocando jogadores aguerridos e que comiam a grama, nesta época, um tal Dunga foi convocado e por seu espírito e determinação em campo a imprensa logo rotulou a nova fase da Seleção como a "era Dunga."

O que se assemelha com a Seleção atual? Chegarei ao ponto.

Por mais que Mano Menezes seja um técnico limitado - como era sabido -, por mais que ele tenha ido para o lugar de Muricy que recusou a proposta e virou as costas para a Seleção (a Seleção é como o exército, nunca se vira as costas para ela), por mais que os jogadores que ele tenha convocado realmente não mereçam estar na Seleção, por mais que Sandro seja ruim, Rafael seja péssimo e Juan não tenha adjetivos que o qualifiquem negativamente, por mais que Marcelo não quisesse jogar na Seleção, além de tudo isso o técnico não é o culpado sozinho.

Eu sou um defensor de Neymar, mas temo pelo futuro. Não sei o que vocês enxergam, mas o que eu enxergo não me satisfaz. Não posso esperar algo de Sandro, Rafael ou Juan, eu tenho que esperar dos que realmente tem algo para dar, e de Neymar eu juro que cansei de esperar. Eu cansei, assim como cansei de esperar por Kaká, Adriano, Robinho e tantos outros, esses que deveriam estar agora realizando a transição do garoto de moicano, como fizeram outros com Pelé em 1.952, Ronaldo em 1.994 e com Kaká em 2.002.

Sendo assim, talvez a culpa não seja somente dele, como realmente não é. Mas, se é gênio como dizem e eu penso que pode chegar a ser, tem que doar um pouco mais, tem que ser um pouco mais. Não cobro que resolva todos os jogos, cobro para que no mínimo ele toque a bola, o fundamento básico do futebol, se não quer toda a responsabilidade para si, jogue com seus companheiros.

Os rótulos são ruins, mas quando colocados sempre tem uma razão. Espero que possa revolver o status em 2.014, pois eu não mais o qualificarei dessa maneira.

Estou cansado de fracassos, se hoje a Seleção não figura sequer entre as 10 primeiras no ranking mundial algo tem de ser feito.

Mano ratificou quando assumiu que deveríamos voltar a ser protagonistas ao invés de coadjuvantes, talvez seja essa a frase certa, estou cansado de ser coadjuvante e isso me relembra Lazaroni em 1.990, que disse que algo precisava ser mudado, espero que o fracasso como daquela vez se transforme em conquista no torneio conseguinte, aí Neymar poderá xingar com a taça em mãos como fez Dunga.

É, acho que talvez seja melhor assim. Eu prefiro assim.

domingo, 5 de agosto de 2012

A tragédia anunciada


Não é com frequência que irão me ver postando sobre outros assuntos aqui no blog, mas quando penso que o assunto mereça um destaque, eu o farei.

As Olimpíadas deste ano trazem à tona o que já deveria ser de conhecimento de todos: o Brasil é um fracasso em esportes olimpícos. E isso não é reflexo somente do quadro de medalhas, o desempenho é frustrante desde tempos longínquos.

A 27ª colocação assusta (posição ocupada quando esse post foi escrito), quando vemos a discrepância para outros países - não as grandes potências -, temos quatro medalhas de ouro a menos que o Cazaquistão, por exemplo.

Logicamente, alguns podem querer abrandar a questão ao dizer que eles podem ser bons em esportes que sequer competimos, e isso não abranda não, torna tudo pior.

Por que não competimos? Diversos esportes não são propagados como deveriam, a população sequer tem conhecimento de alguns, até o momento que os assiste nos jogos. Não é assim que se faz uma potência olímpica, limitando e escolhendo os esportes a serem praticados.

As aulas de educação física que, deveriam servir para o desenvolvimento da criança e conhecimento dela sobre o esporte, estão esquecidas, ninguém as pratica nas escolas; os profissionais de educação física são desmoralizados na sociedade, haja vista a desaprovação de um pai se seu filho diz querer seguir essa profissão.

Os fracassos nos jogos são apenas consequência de várias causas que poderia elencar, acima estão duas que considero importantes, e abaixo tratarei da principal nesta equação negativa.

O desempenho que outrora tivemos como positivo foram em esportes coletivos, nos esportes individuais o investimento é pífio, dos atletas que conseguem destaque, a maioria são patrocinados por empresas ou por "paitrocínios", isso representa a falência do Estado em um dos quesitos mais importantes, o esporte.

Que possamos refletir, é simples: somos bons no ludopédio e, somente nesse esporte governantes e autoridades concentram o "esforço", por esforço quero dizer investimento, ainda assim, a série C do campeonato nacional esteve paralisada por muito tempo, e também algumas agremiações em nosso país estão sem patrocínio, sem estrutura, contas de telefone não pagas, dívidas exorbitantes e tantos outros casos.

Conclui-se que, se o futebol está assim, o que se pode esperar dos esportes olímpicos? Não sejamos energúmenos a ponto de exigir de atletas que nada dispõem, o mesmo resultado dos marajás da bola nos pés.

Os jogos de 2.016 estão por vir, não dá para esperar um bom resultado por motivos óbvios, quatro anos não é tempo plausível para que haja um desenvolvimento tamanho, contudo, que o povo brasileiro verifique suas premissas e se comporte pelo menos uma vez como povo, podemos tomar como exemplo os britânicos que não vaiam seus atletar quando não vencem.

Judoca Rafaela Silva é ofendida após derrota

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Voltou!


Rogério está de volta a equipe do São Paulo.

O goleiro foi confirmado como titular para o embate contra o também em crise Flamengo, pior para os cariocas.

A representatividade dessa escalação é enorme, na atual situação da equipe isso pode alavancar não somente a moral da equipe, como também é um ganho de qualidade embaixo das traves, as falhas nos dois gols de cabeça sofridos por Dênis no último jogo foram risíveis.

O torcedor pode ir ao estádio que juntamente com o ídolo voltará outro, obviamente que não na mesma medida, trata-se do Fabuloso, dessa vez ele é esperado com a cabeça mais fria já que agora poderá dividir o peso que antes estava sobre suas costas.

Ney Franco ganha um líder em campo e não precisará arrancar os cabelos para arrumar a defesa, o capitão orientará o promissor Rafael Tolói e Rodolfo.

Na posição que atualmente está a equipe dá até para sonhar com título - a vaga para a Libertadores é obrigação -, a mudança será tão grande que dará vida ao inócuo time tricolor.

Primeiro passo dado


A Seleção estreou como era de se esperar, com vitória por 3 tentos a 2 contra a Seleção do Egito. Rafael, Damião e Neymar marcaram os nossos.

O que não era de se esperar era a pressão que sofremos, desnecessária. A Seleção tem problemas na zaga, isso é perceptível, o goleiro foi cortado e Juan ainda não está pronto, esse é o problema dos jovens que saem daqui e de outros países periféricos como titulares para serem reservas nos grandes centros.

Com os 3x0 conseguidos em menos de trinta minutos da etapa inicial, era previsível que o jogo caísse no marasmo, os jogadores poderiam assim se poupar para a partida próxima contra a Bielorrúsia que também venceu.

O ponto positivo foi mesmo Oscar, talentoso e comandando as ações no trecho pensante do campo. Dá embasamento ao técnico por manter Ganso como seu reserva.

No entanto, com toda a crítica que mereça o Brasil pela pressão sofrida, é de se atentar o futebol praticado por outros países, Egito, Gabão e Emirados Árabes Unidos jogaram muito bem, que o digam Espanha e Uruguai, os favoritos para conquistar a medalha sofreram.

O Brasil é favorito também, mas em um patamar abaixo das duas Seleções referidas acima. Todavia, a equipe é a mais forte e talentosa, mas todos sabemos que no futebol não é só isso que ganha jogos.